FUTURO
O Futuro dorme na gente,
Um olho aberto, outro fechado,
Aparentemente relaxado,
Músculos tensos sob as cobertas...
Ele espera impaciente,
Logo abre os olhos e a boca,
Engole o ontem e o hoje,
Sem nem deixar cair a touca.
Ele aguardava a fenda certa,
E de repente, o salto quântico!
Breve momento de alerta
Causado por um sopro tântrico.
Futuro algoz, não diferencia
O velho, o novo, a agonia,
Sai espalhando as armadilhas
Onde caímos um a um...
E a gente acha que tem tempo,
Jogamos vida pelo chão
Como migalhas, sobras, tralhas,
Que algumas gralhas comerão.
Depois, olhamos para trás,
Sempre à procura do passado,
Sabendo que o que deu errado
A gente não conserta mais.
POEMA INSPIRADO NA ESCRIVANINHA DE DIÁRIO DE UM lOUCO