FUTURO


O Futuro dorme na gente,
Um olho aberto, outro fechado,
Aparentemente relaxado,
Músculos tensos sob as cobertas...

Ele espera impaciente,
Logo abre os olhos e a boca,
Engole o ontem e o hoje,
Sem nem deixar cair a touca. 

Ele aguardava a fenda certa,
E de repente, o salto quântico!
Breve momento de alerta
Causado por um sopro tântrico. 

Futuro algoz, não diferencia
O velho, o novo, a agonia,
Sai espalhando as armadilhas
Onde caímos um a um...

E a gente acha que tem tempo,
Jogamos vida pelo chão
Como migalhas, sobras, tralhas,
Que algumas gralhas comerão.

Depois, olhamos para trás,
Sempre à procura do passado,
Sabendo que o que deu errado
A gente não conserta mais. 



POEMA INSPIRADO NA ESCRIVANINHA DE DIÁRIO DE UM lOUCO

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 14/02/2019
Reeditado em 14/02/2019
Código do texto: T6574777
Classificação de conteúdo: seguro