Ela e a lua( parte de um livro)
( gente, hj me peguei entediada, lendo alguns livros meus antigos, gostei dessa parte e resolvi compartilhar, talvez um dia eu acabe rs...)
Horas depois, ainda tão triste despertava de um sono profundo caída no chão, era incrível ela não ter
ninguém para estender-lhe a mão. Olhou de relance a janela e viu a lua lá no céu tão bela beirando a
perfeição, será que as estrelas também riam dela? -Pensou
Afinal de contas, ela poderia também ser sozinha e triste, então Patrícia se identificou.
E o resto da madrugada fixou seus olhos nela, insistindo em não querer soltar, sentia que era a única
que a amava, a única que se importava o suficiente pra ficar. Sabia que esta nunca sumiria, mesmo
que de vez enquanto menos da metade de si pudesse compartilhar. Tudo bem, não importa, até nisso
eram parecidas, Patrícia também não se mostrava inteira para ninguém, talvez nem para ela mesma.
Entretanto, a menina fazia de seu pequeno quarto seu mundo e a lua tinha o céu inteiro para morar.
Depois que começou a Morte não parava mais de falar, mas todos estavam ouvindo atenciosamente
a história que ela contava e a cada palavra sua a curiosidade pura, engordava.
Depois daquela cena, vi gradativamente o dia em seus olhos virar noite fria, me arrepio só de pensar
em toda sua agonia, trazia consigo a tristeza no olhar, a quem diga que isso não era de fato um
problema, que era pouco para se importar. Desculpem, mas preciso discordar! - Continuava a Morte,
tentando se fazer entender.
Foi quando um barulho chamou atenção de Patrícia que assustada foi verificar, era sua mãe no canto
da sala, completamente debilitada, se pondo a chorar. Imediatamente a menina tentou ajudar, mas
sua mãe só gritava para ela escuridão e como um copo de vidro Patrícia começou a quebrar, a solidão
já era de casa, tinha seu próprio chão e entrava sem bater, aos poucos a menina ia perdendo a
inocência de criança e assim sem esperança começava a crescer.
Nos dias que se seguiram ninguém comentava o fato ocorrido, tentavam fingir que não tinha
acontecido, mas as marcas das agulhas ainda estava lá, temi que sua mãe fosse a próxima que eu iria
buscar e temi que Patrícia continuasse sozinha.
-Chega dessa conversa! Exclamou a vergonha, temendo aparecer.