De braçadas em copo d'água

Tudo isso me é pouco familiar,

desconfortável, novo, potencial.

Já aceitei, agora tenho que arcar,

Mesmo sabendo que pode continuar mal.

Estive sempre nadando contra a correnteza?

Ou estive, na verdade, boiando à deriva?

Se estou a salvo não tenho certeza.

É a falta de vontade, eu sendo extensiva.

Em terra nada de passos largos, mas de formiga.

Não há nada que me leve, nem mesmo o vento, para a direção certa.

Não velejo, apenas nado de braçadas em águas nada abertas.

Sou barrada por uma fronteira com a qual já trombei na vida.

Nado, nado e não vou a lugar algum que eu não conheça.

Tempestades vem e vão, me sacodem pra que eu não esqueça.

Admito, tenho medo, não deveria.

Com mais juízo, você também teria

Se se jogasse de um copo cheio a uma bacia.

Lívia Helena Rodrigues
Enviado por Lívia Helena Rodrigues em 03/02/2019
Código do texto: T6566111
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