De olhos bem vendados

Costurei meus olhos e tranquei meus ouvidos brutalmente

Para que fosse impossível conhecer meu presente

Afastando toda gente

E assim como um coelho me estoquei na toca

Me anulei, me desperpedissei, me julguei

E assim quase morta, depois de muito nadar

Depois de muito amar, me afoguei

Abandonei o navio e deixei a embarcação naufragar , só assim consegui, enfim respirar

Criando mentiras na mente que nunca vão se apagar

Mas apaguei a luz, com medo da verdade me cegar

Apertando bem meus olhos pra nunca mais acordar

E então pausei toda melodia, quebrando a sinfonia da vontade de dançar

Me parti e reparti tantas vezes que desaprendi a contar

Cada passo dado, trazem sonhos congelados, aguardando o sol chegar

Mas as marcas do passado insistem em ficar e as marcas no teu semblante admirando o nosso romance me recuso a relembrar

Mas sempre há aquele roupante, momento apertando no segundo tedioso, que me faz rebubinar , um abraço caloroso, que de tanto orgulho bobo fui incapaz de aproveitar

De repente me vejo desaguar, desejando ver de novo meu sorriso refletir no seu olhar

Grécia
Enviado por Grécia em 03/02/2019
Código do texto: T6565924
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