TRAVESSIA
Eu quero estar errado,
Ter direito ás rupturas,
Quero a indomável loucura,
A altura para evolar...
Eu quero duvidar,
Dar ao olhar uma filosófica atitude,
Quero ter o inquietude,
De um espírito bardo.
Eu quero a textura de um cardo,
Nem tudo na vida é maciez,
Quero a sensação de embriaguez,
Dos apaixonados, alcançados pela libido,
Eu quero sonoro sentido,
De qualquer vocábulo,
Quero ser o receptáculo,
O sustentáculo da enigmática poesia.
Quero me perder na travessia,
Ir apenas, por ir... nada mais,
Quero crer que os matizes siderais,
São os sonhos borboleteados,
Do eu menino que não deixou de ser encantado.