Poema das coisas inúteis

Gosto dos dias de chuva.

Aprecio os raios e os trovões.

Oh! Tão inútil, porém, é a palavra muda

que não produz furacões

nos tempos em que a calmaria é equívoco.

Inútil é o celibato,

quando a mente é solapada pelos desejos.

Inútil é o beijar na boca,

toda vez que o contato de outra saliva te dá nojo.

Rechaça imediatamente o beija-mão,

pois este é um nutriente para o teu orgulho.

Coisa bem inútil é a poesia;

das donas de casa entediadas;

dos velhos desocupados

e há muito, desavergonhados;

das damas casadas e mal-amadas.

Inútil é o dizer "eu te amo",

sem que tenha sido provado pelo sacrifício.

Inúteis foram aqueles dias de glória

que não te ensinaram nada.

Inúteis são as atitudes criminosas, o vício.

E o ganhar muito dinheiro em detrimento de tantas vidas.

Sim, gosto de dias chuvosos e de tempestades.

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Interação do mestre Jacó Filho

Do amor e tempestade,

Meu medo é sem medida.

A morte menos que vida,

Mas, amo felicidade...