DOM


Nasceu grudado na pele.
Com o tempo,
As gavinhas foram entrando
E se acomodando entre as artérias,
De onde tiravam a tinta
Para compor suas misérias.

A canção que se escutava,
Não era alegre nem triste,
Mas continha o que permite
Que a vida se revele,
O dom da palavra.

Na verdade, 
Não servia para nada,
Aquele dom itinerante
Que ia e que voltava.

Mas continha uma mensagem
De conteúdo obscuro
Importante para alguns
Que passando, espiavam
Por cima daquele muro.






 

 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 23/01/2019
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