O PESCADOR
(Por Érica Cinara Santos)
Em mansas águas, vais indo com tua embarcação
Rumo ao pescado, a peleja diária
Sais tu, pescador, já quase na escuridão
Envolto em ocaso pisas o chão daquela praia
O ritmo rimado do remo faz o banzeiro
Bate na canoa e a empurra rio adentro
Avanças ora manso, ora ligeiro
Buscando, no lugar onde o peixe se aquieta, o centro
E com sabedoria e intuição, vais singrando esse rio
Parando onde tua experiência aponta
Jogas a rede num bailado sutil
Desenhando no ar uma beleza sem conta
E o anil do Tapajós te assiste
Junto ao lusco fusco do anoitecer
Peço a ti, pescador, não desiste
Desse labor que te alimenta e te faz engrandecer.
Obs: poesia feita para ilustrar a fotografia premiada de mesmo titulo (O PESCADOR) do fotografo Celso Lobo.