Torneira aos prantos
A pele seca do sol
Tanto cansaço
Idas e vindas do varal
Lençóis pesados-passados
Esquece a torneira aberta
Porque é a única forma de esvaziar o choro
Esfrega o pesado pano
E ali a torneira aos prantos
A te esvaziar
Presentearam- te com uma máquina de lavar
Mas e agora, como iria chorar?
Foi-se para debaixo da amendoeira com o gadanho em mãos
Para varrer do chão o choro das árvores
E todos os dias
Acendia uma vela e rezava
Para que outro vendaval voltasse
Para ela ter por onde chorar