Cinquenta e um anos na praça

Cinquenta e um anos, breve passa

Cresceram as árvores

Vieram os netos

E eu, esperando na praça

O show nunca visto

De poesias em meio a ruídos

Dos aplausos enclausurados no tempo

Soando agora como estampidos

Em uníssono, como éco

Das ondas dos mares corrompidos

Gerações dormem em bancos de praça

Heróis da sobrevivência, inspirações baratas

O tempo corrói, feito traça

Constrói buracos negros que marginalizam

Cinquenta e um tons de cinza

Para a geração de hoje é historia de cinema

Para a minha geração seria o nome de poema

Vivendo em meio a restrições e dilemas

De pais austeros e governos corruptos

Crescemos pagando indultos

O grito estagnado gerando dores

Trazendo relações fugidias, carregadas de dissabores

Caminho no tempo, nas praças da vida

Na jornada percorrida, sem poesia ou prosa

Nos filhos das separações

Nos sonhos recheados de ilusões

Cinquenta e um anos, eu cheia de graça

Cheia de versos e verosimilhanças

Como quando era criança

Esperando os aplausos da vida

Da platéia aqui reunida

Da minha história até hoje vivida

Não em um banco qualquer

Mas na praça por mim escolhida

Deste palco chamado vida

khayssa
Enviado por khayssa em 09/01/2019
Reeditado em 09/01/2019
Código do texto: T6546849
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