- Diga-me o que é que eu faço?
Gostaria de saber o que eu faço com os fragmentos
De sua alma que ficaram jogados no chão e que tive
Com cuidado juntar todos os pedacinhos e compreender.
O que é que eu faço?
E os sonhos de amor que foram também ditos e expostos
E que alguns tomaram para si e que dizias com ênfase: são seus!
O que é que eu faço?
E da sua vida que cantaste em prosas e versos, embora pouco.
Soube admirar e participar com sugestões não aceitas, e agora?
O que é que eu faço?
Das suas fugas fui conivente e sentia que eram só de brincadeira!
Deixavas os rastros de suas pegadas e te achar sempre foi fácil.
O que é que eu faço?
Com as fotos, as que roubaram são minhas e não sabes que existem,
Aquelas que enviastes ao meu pedido e que tanto alimentou o meu ser.
O que é que eu faço?
Não precisa responder, já sei o que irei fazer e ninguém me demoverá!
Dos fragmentos juntei pedaços e com alegria e tristezas tudo entendi.
Dos sonhos de amor eles se foram, mas, recordar é viver e estou vivo!
Só uma preocupação a vida em versos que não poderei ler mais.
Sem eles irão me fazer triste e cabisbaixo, não rancoroso, sentirei!
Como uma grande peça de teatro não poderá estar no seu palco.
Não serei um participante e nem de ti mais saberei! Só saudade!
Assim nesse momento de angustia que escrevo é o que penso!
Está-se errado diga-me o que é que eu faço? Se ainda mereço!
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