Os corvos estão famintos a me esperar
Se tudo absorvo
O lugar que me encontro
É feito de estorvo
silêncio consome
Adentra em mim
Tenho que destruir
Para então reconstruir?
Terei que mudar de nome
Pra me tornar algo novo?
Preciso mesmo de alguém
Ou sabedoria ao lidar
Afinal são só surtos
Transtornos
Dias de boa melodia em ninhos
E dia em que se vê os corvos
Espreitando seu caminho
Hoje não, eu lhes digo
Eu os espanto e aperto o passo
Só pra disso lembrar
Continuo perdido
Ouço minha voz repetir
"Você é um homem agora, garoto"
Não é o que vejo refletir
Encaro de volta absorto
Tenho que filtrar ideias
Que absorvo e produzo
Me convencer que isso tudo
Não é do meu feitio
Antes que seja tarde
Sem criar alarde
Os corvos estão famintos
Me esperam pacientemente
Eu sempre os encaro
Ao sair desse maldito recinto