Os corvos estão famintos a me esperar

Se tudo absorvo

O lugar que me encontro

É feito de estorvo

silêncio consome

Adentra em mim

Tenho que destruir

Para então reconstruir?

Terei que mudar de nome

Pra me tornar algo novo?

Preciso mesmo de alguém

Ou sabedoria ao lidar

Afinal são só surtos

Transtornos

Dias de boa melodia em ninhos

E dia em que se vê os corvos

Espreitando seu caminho

Hoje não, eu lhes digo

Eu os espanto e aperto o passo

Só pra disso lembrar

Continuo perdido

Ouço minha voz repetir

"Você é um homem agora, garoto"

Não é o que vejo refletir

Encaro de volta absorto

Tenho que filtrar ideias

Que absorvo e produzo

Me convencer que isso tudo

Não é do meu feitio

Antes que seja tarde

Sem criar alarde

Os corvos estão famintos

Me esperam pacientemente

Eu sempre os encaro

Ao sair desse maldito recinto

Daniel Jonathan
Enviado por Daniel Jonathan em 04/01/2019
Reeditado em 04/01/2019
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