O sentido do destino.
Impresso nos ossos.
Estampado na genética.
Esculpido na trama da história.
Nas ampulhetas esquecidas.

O tempo passou.
A nuvem dissipou.
O gênio fugiu da garrafa.
Os desejos secaram
em pleno deserto.

O sentido do destino.
O sentido da letra da caligrafia.
Os traços poéticos chorando
por caminhos tortuosos.
O silêncio enigmático das palavras.
A pausa embutida no sentimento.

O medo a mensurar o espaço.
A solidão a ampliar o fosso.
O abismo peristáltico.
A gerar cólicas, enxaquecas,
tosse e hemoptise.

O sangue vermelho escurecendo.
A vista turva.
Os ouvidos quase moucos
A ouvir vozes impossíveis.
Árias românticas ou trágicas.


As vezes sou Carmen de Bizet.
Ou a Dalila de Sansão.
Ou a Salomé.
Ou Cleópatra.

De todos os personagens
guardei um detalhe do
destino.
Amores impossíveis.
Perdão provável.
Ou simplesmente a 
vontade de conhecer
o infinito.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/01/2019
Código do texto: T6541299
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