A história que passou

Nos seus pensamentos está toda a história que passou, foram dias e dias de aflições, dores e medo. Houveram noites que não apagavam as luzes para que a bela pudesse dormir. Pensamentos saltitantes, pareciam não ter fim, olhos esbugalhados transparecendo um cansaço tão pouco sentido. E no olhar apenas um pedido de socorro. Os dia pareciam não acabar, os meses não tinham fim, e a desordem ainda continuava lá. Mal sabia por onde começara, tantas incertezas e tantas angustias, amedrontavam sua alma, e tão pequena que já era, sentiu-se uma formiguinha ao chão.

Lentamente o fôlego foi voltando, a solidão era sua pior inimiga, o abandono, a rejeição, submissão eram sentimentos marcados, teria que aprender a lidar com tudo isso, e ser responsável para o cotidiano.

Apenas deixava os dias passarem, um a um, e fazia sempre tudo da forma correta e da melhor forma possível, não fora perdido um minuto e nem um segundo de atenção com os cuidados.

A esperança que a pouco havia sumido, reinava com uma pontinha brilhante, e as formas já não eram mais as mesmas, e as cores estavam a refletir, era possível ver o amarelo do sol. A esperança tinha retornado, iria acalentar o coração e enche-la de compaixão...

Tão alegre, tão vivaz, moleca e mulher, tinha um sorriso nos olhos, cativante e amável, se perdera nas cinzas, as cinzas deixadas pelo incêndio que transformou em pó seu mundo. E mesmo assim a esperança voltara.

Sabe que não trocaria pela juventude a sabia experiência que cultiva agora, as que levara para a vida, e estarão sempre na memória.

Tranqüila está, a calma dentro do coração, sabe que é capaz de amar novamente e de vive uma grande paixão. Seus sonhos ainda estão lá, e ela há de buscá-los, as incertezas traçam o caminho, e mesmo assim não troca a estrada.

Assim, melhor está e melhor ficará, nas noites quentes irá pensar, que a paz está na sua alma, e nada pode restringir sua calma. As dores foram necessárias, para que amadurecesse, feliz com o que é agora, que nem a solidão a desconforta. Nos sonhos sempre abre a porta, que é para entrar a luz da lua, e sentir-se flutuar da imensidão da rua.