A DROGA ANESTESIANTE DO PERDÃO
Senhor, dá-me sangue de barata
Para sufocar meus inimigos de bravata
Pois para perdoar é preciso não ter sentimentos
Para suportar a maldade só com sangue frio, sem lamentos
Senhor, dá-me drogas para aplacar meus ódios e frustrações
Pois só sedado para suportar safadezas e humilhações
Não suporto mais tantas críticas e intrometimentos
Não tenho privacidade, autonomia. Só aborrecimento
Ninguém me respeita. Minha opinião é lixo
Sou cada vez mais vulgar, apesar de prolixo
Sou marionete nas mãos do destino que me anula
Prefiro a liberdade de uma puta que as regras de uma santa pura
Só anulando as emoções para suportar fanáticos e hipócritas de plantão
Senhor, faz-me apático para tolerar e perdoar este mundo de competição!