SIMPLESMENTE
Desceu na terceira estação,
Simplesmente por descer,
Não tinha direção,
Tinha sim, o afã de se perder,
De se envolver com a loucura,
Ter uma vida errante,
Cumprir a sina sem conjectura,
Sem a dependência amorosa de antes.
Desceu e seguiu a passos lentos,
Senhora dos seus momentos,
Vento no cabelo elo com a liberdade,
Alheia aos porquês, às adversidades.
Desceu e desapareceu nas paralelas,
Nas belas paisagens de Minas,
Nas históricas, poéticas esquinas.
Desapareceu, mas, me deu um ultimo olhar,
Enigmático como a existência,
Como a divina influência,
Da lua sobre o mar.
Confesso que eu desejei ser ela,
Desejei me perder por aí, divagar...
Devagar... descompromissado traçado,
Estado de plena fluidez,
Sem pensar no futuro, no passado,
Habitar nos matizes do evidente dia.
...Ainda não tenho essa ousadia,
E nunca terei - talvez.