Luzes artificiais
Promessas quebradas, cristais quebrados
Vidros partidos, rachaduras nas paredes
Escombros de uma alma vazia, quadrados
E pisos perfeitos, tecido de uma velha rede
Moldando o chão; tapete de pensamentos
Sonhos, sobras do livro de ilusão, tentação
Segmentos necessários pra transformação
Poesia, rimas, crematório dos sentimentos
Cinzas de uma saudade, ainda guardadas...
Vento varrendo vielas, velas vermelhas vão
Desenhando formas, um mundo sem noção
Pingo de cera; e a sala permanece fechada
Sem abraços e beijos, estranhos sons no ar
Propagandas de natal, luzes artificiais, sais
A mais no pão, amassado, cresce devagar
Sabor salgado, pelos ais e lágrimas atuais.