Vi ao longe...
Vi lá longe no riacho,
um corpo belo, vultuoso
mas que de porte indefinido.
Não soube explicar o que via
porque coisa igual nunca vi
Não existiam instrumentos,
muito menos categorias
que me dissessem quem era,
o que era,
aquele pulcra pessoa.
Lá longe, ainda mais longe,
Já soa ensurdecedor
O sorriso que aos matos verdes
e à fulcra luz do sol que te ilumina
que me permite, caridoso, ver-te.
Sua beleza não era nossa,
não era por nós definida,
era vossa, era andrógina
Sua existência era divina.