Vi ao longe...

Vi lá longe no riacho,

um corpo belo, vultuoso

mas que de porte indefinido.

Não soube explicar o que via

porque coisa igual nunca vi

Não existiam instrumentos,

muito menos categorias

que me dissessem quem era,

o que era,

aquele pulcra pessoa.

Lá longe, ainda mais longe,

Já soa ensurdecedor

O sorriso que aos matos verdes

e à fulcra luz do sol que te ilumina

que me permite, caridoso, ver-te.

Sua beleza não era nossa,

não era por nós definida,

era vossa, era andrógina

Sua existência era divina.

Ernildo Weller (Heterônimo)
Enviado por Ronan Matos em 14/12/2018
Reeditado em 12/05/2020
Código do texto: T6527103
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