Ai
Aí que dor indomável que me ocupa o espaço ocioso d ‘alma
Ai que pêlo encravado que me dói o dedo do pé esquerdo
Ai que música bonita tocando pra sentir no meu coração
Aí, vou andando dizendo ai!
Aí, vou mancando num passo que ainda não me satisfaz!
Aí, vou.
Aí, vou.
Aí, vou, um dia quem sabe voar!
Ai que dor indomável que me ocupa o lado esquerdo da cama
Aí que coceira nas costas, onde minhas unhas não alcançam!
Ai que música bonita tocando pra deixar de sentir tanta aflição.
E quem anda por aí a se ocultar de mim?
Em qual travessa, vila, ponte ou virilha está:
Olga!
Iracema!
Maria Bonita!
Evita ou a bela Madalena!
E por que não no meio da tempestade.
No canto da sombra do verão
Na praça marrom do outono
Apenas você, fruto de muita omissão que veio agora se oferecer.
Então sim haverá motivos pra entender
Valer a pena tanto tempo pra te merecer
Enquanto isso...
Ai que dor indomável que me ocupa!
Aí que corpo abandonado e dolorido!
Aí que música bonita