Falta de Sono
De qualquer jeito
Nunca foi fácil conquistá-lo
Esse meu sono pesado
Nunca cedeu ao mais leve embalo
Gotas de chuva transformam-se
Em notas de um piano bem tocado
Uma harmônica sinfonia, eu diria
Cansaço habita o meu mais suave olhar
O vento bate nas folhas
E essas que soam como um apito
Acorda até o mais cansado
Adormece até o mais aflito
Negocio com ela algumas horas
Paz a curto e a grosso modo
Mas ela mal me escuta ou muda
Só repete cenas de um filme
Se não bastasse repetir, duplica
Filme que eu mesmo filmei
Sensações que eu mesmo senti
Somente eu e você sentados ali
Seria cômico se não irônico
Nesse momento escuro e solitário
Antigas presenças nos presenteiam
E no presente o mais doce passado
Se todo meu problema se resumisse
A belos devaneios, o quão bom seria?
Mas a incerteza também a incita
Se não hoje e nem aqui, onde eu estaria?
Insônia, me dê uma trégua!
Largue sua régua de decisões
Não meça nada e por fim me devolva
Ao meu infinito imaginário de boas emoções