quando escrevo serei eu?
Quando escrevo serei eu?
Meus versos saem de mim?
São labirintos de luz.
Encruzilhadas de paixão.
Veredas tortuosas.
Portos de saudade.
Sendas de ermitão.
Razões e desalentos,
euforias de vazão.
Queixumes e desvarios,
e anseios de partilhas
Promessas de venturas.
Entregas que se adiam.
Caminhos que se atalharam.
Almas, que se apeteceram,
mas que não se encontraram.
Paixões arreigadas.
Solidões que avassalam.
Sossegos que se desejam.
Meus versos são tudo isso.
Mas há vezes?
em que não me entendo,
no que estou rabiscando.
Nascido do pensamento.
E como vou entender
o que a minha pena escreve?
No que faço e desfaço
da minha cogitação?
Apenas sei que é sentimento.
Retrato do meu coração.
Que me arrebata, no instante
em que de mim já não saem
lágrimas, que se vertidas,
desafogariam meu pesar.
De tta
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