ATÉ QUE OS ANJOS DIGAM AMÉM

Sou folha verde e depois de seca voa e cai ao chão

Nada fiz por conveniência, nada quero por obediência.

Sou livro aberto escrito e espalhado em todas as páginas

livre na garganta inflamada de palavras certas.

Sem apego a estrelismo e agarrado no que deva ser análogo

Sou verbo contrário conjugado em toda pessoa do que não pode ser

Sou caldo do rescaldo naquilo que Cristo sempre acreditou

Sou asas num voo quase solitário do sonho que você sonhou.

Sansão de forças espalhadas na fraqueza do desinformado

Sou buraco negro de prontidão na esquina esperando o sinal abrir

Na espreita do primeiro passo falso

e pelas comportas fazê-lo sumir.

Sou cipó que se dobra na hora da ventania

Sou normal na posição original depois da calmaria

Vim, estou e vou, mas eternamente sou.

Até que os anjos digam amém.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 13/11/2018
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