Comeu

Se havia alguma graça
A frescura venceu
Tudo foi comido por traça
Sem fazer a menor pirraça
Finalmente adormeceu...
Toda aquela mágica alegria
Foi deixada numa viela
Podia ter sido avenida
Mas não quis se apossar dela...
Havia todo um sem querer
Que bem leve queria
Diante da corredeira
Escorregou-se na agonia...
Ficou no vento do tempo
Foi-se num passadiço
Aceno de um sonho
Estátua sem feitiço...
Não se serviu do porto
Nem sorveu do vinho
Desalentou da querência
Acordou depois do dia...