Melodias

O dia vai se mostrando, canta suas canções

Na voz do vento, da chuva, e dos trovões

Na cantiga de um pássaro e do cão que late

No roncar da bomba no fim de cada mate

E nos risos que ecoam na roda de chimarrão

Algazarra de crianças no intervalo da escola

E o barulho das águas do despoluído ribeirão

No ranger de uma cama antiga feita de mola

Nos carros varrendo asfalto com seus pneus

Até no tamborilar impaciente dos dedos teus

Vai trazendo em horas apressadas, melodias

E se transformam em versos, e nessa poesia.