Tabuleiro
O vento gélido bate na pele
Congela até a alma
O sangue se empedra
A maldição se concretiza
Sempre é inverno
Não existe calma
Vida só concreta
Morte a poetisa
Num ritmo agonizante e feroz
Se aproxima o algoz
Chega a punição
Vem com o seu machado
Todo ensanguentado
Foi-se a visão
E vem o escuro eterno
O nada
Absolutamente nada
Acabou-se a estrada
Chega o final
Que é como leite materno
Protege feito espada
É a companhia amada
Tão idolatrada
O verdadeiro sinal
De que o além existe
Na molécula que persiste
Em uma nova percepção
Que mantém o ciclo infinito
Como a queda d'água no granito
Moldando uma nova geração