Incandescência
Foram-se todos os amigos, repousa agora
Entre o frio que lhe congela a alma; quente
Teor das incandescentes palavras; vigora
Víbora vil e indecente, veneno de serpente
Aflora, é noite, e a escuridão arrepia a pele
O medo dos pesadelos constantes, o fato
De lhe roubarem o sono, desperta a sede
E faz com que pés se arrastem pelo quarto
É tarde, o verão virá no horário de domingo
Tentando aquecer as tardes de primavera
O inverno ainda é covarde, respinga pingos
De frio, de saudade, de realidade e quimera.