AGORA
A impregnante zona de conforto
traz, àqueles que temem a morte,
a vontade de viver cegamente
em um plano de ilusões.
Plano este que, querendo ou não,
nos destina ao mesmo lugar que todos.
Ironicamente prometendo mudanças,
prometendo viver, quando, na realidade,
mudar também é morrer.
"Quando foi a última vez que você fez uma coisa pela primeira vez?"
Queimadas pela luz artificial da matéria,
as películas do tempo invisivelmente se apresentam
de forma rápida na vida das pessoas.
Entra no esquecimento o suposto real,
devido às falácias resumidas no
famigerado sentido da vida.
"Vou mudar minha vida, vou viver!"
Retomando: Ironicamente prometendo mudanças,
prometendo viver, quando, na realidade,
mudar também é morrer.
O objetivo do tempo é nos extinguir,
a respiração auxilia para que não haja sofrimento e dor,
porém, é uma traiçoeira enganadora.
Assim como um raio, que nunca cairá no mesmo lugar,
jamais ocuparemos o mesmo espaço novamente,
isso é mudar, mudar de lugar,
mas é mudar, mudar é viver,
mas mudar também é morrer.
A ilusão se tornou real neste plano material,
vivendo a vida já sabendo do final,
os motivando a sorrir para a morte,
sorriso que reflete toda a candura
colhida em um jardim de mentiras.
Mal sabem eles que a resposta está no agora.