Tear

O trem passa por entre as cidades

Levantando a poeira vermelha na velha estrada de chão

Abaixando os ferros dos trilhos como o rude juiz com seu martelo sentenciando o final

Carregam almas ao encontro de engenhos

E a vida dos que vagam

vazios de capital e cheios de sonhos

ao findar de mais um dia na cinza cidade

A conexão de um lado a outro é feita

De um lado, passageira que sou

Inconstantemente intransigente

Do outro, maquinista que és

Confecciona perfeitamente nas linhas do destino

Eu, ausente de cada lugar

Tu, tecelão no esmo tear

Michela Buck
Enviado por Michela Buck em 30/10/2018
Reeditado em 11/02/2023
Código do texto: T6490203
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