Barro e metal
O tempo, as palavras, moderou
Até as vírgulas, pontos, segurou
Reteve uns sonhos, os modelou
Escreveu a carta e depois selou
Ninguém leu; ninguém viu o frio
Que aqui, nessa alma, adentrou
Um toque, um desalento, arrepio
Gelo, foi tudo que, então, restou
Nas vírgulas de mais, o tempo...
É de menos; nas dores reais, sal
Escorre, face secada pelo vento
Poesia adornada; barro e metal
No pensamento sem tempo, ora
Prece que o Criador ouça; traga
No dobrar do joelho que implora
Que a vida siga, cumpra a saga.