TÃO SEU
Queria não escrever para você...
E ter teu nome nas entrelinhas de cada verso meu
As vezes, só as vezes, me atordoa.
Queria não cantar notas tão suas nas musicas minhas que te pertencem
E não verbalizar sua divindade nessas vãs poesias
Que tanto dizem e nada falam.
Queria não exteriorizar esta nebulosa carência da minha alma
E não precisar preenche-la com o mínimo de você
Essas ricas migalhas... ricas!
Queria não querer que me queira
Me contentar comigo mesmo
E não ver você nos traços do meu rosto.
Queria não me achar no teu caos
E perdido vagar em cada esquina de outros pensamentos
Perambular em ruas que não te destinam.
Queria dominar esses vultos sagrados teus
E desfazer de vez o teu santuário no meu peito
Te tornar comum dentre os comuns.
Queria rever meu ser no espelho
E não mais o reflexo que é tão seu
Reaver de vez as posses desse ex-meu coração que, a muito, te pertence!
Queria voltar a ser só 'eu'!