TÃO SEU

Queria não escrever para você...

E ter teu nome nas entrelinhas de cada verso meu

As vezes, só as vezes, me atordoa.

Queria não cantar notas tão suas nas musicas minhas que te pertencem

E não verbalizar sua divindade nessas vãs poesias

Que tanto dizem e nada falam.

Queria não exteriorizar esta nebulosa carência da minha alma

E não precisar preenche-la com o mínimo de você

Essas ricas migalhas... ricas!

Queria não querer que me queira

Me contentar comigo mesmo

E não ver você nos traços do meu rosto.

Queria não me achar no teu caos

E perdido vagar em cada esquina de outros pensamentos

Perambular em ruas que não te destinam.

Queria dominar esses vultos sagrados teus

E desfazer de vez o teu santuário no meu peito

Te tornar comum dentre os comuns.

Queria rever meu ser no espelho

E não mais o reflexo que é tão seu

Reaver de vez as posses desse ex-meu coração que, a muito, te pertence!

Queria voltar a ser só 'eu'!

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 25/10/2018
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