NÃO PEÇA !
Juliana Valis




Não peça lucidez ao pranto incauto,

Nem meça o sonho pelas letras sós,

Vertigem humana é apenas sobressalto

De mecenas dores transbordando em nós...



E quando amores vêm, na dimensão da vida,

Além de tantas cores que vertem de emoção,

Vemos o sonho que o próprio tempo elucida

Em cada dose de ilusões que, como os ventos, vão...



Ah, sentimentos sublimes de uma aurora humana,

Agora, já não sabem onde haverá mais calma

Em cada riso e pranto, na emoção mais plana

Que o coração convida a naufragar na alma !



Pois toda lida se torna labirinto em cor,

Como flor plantada no jardim do tempo,

E, assim, procura o mais sublime amor

Que redime a dor em cada humano vento.