A prisão da droga

 

Dias, meses, anos nesta vida
Com a porta aberta, mas sem saída
Morrendo dia a dia
Matando pouco a pouco a alegria
Minha, e de todos meus.

 

Quero parar com a droga
Que me mata, que me consome
Que está tirando meu nome e sobrenome 
Que prendeu minha liberdade
Fez-me perder a sobriedade
Dilacerando-me mais e mais
Suprimindo meus sonhos, meus ideais...

 

Vivo sempre a dizer-me
Por hoje não, vou parar
Mas, sem me perceber
Estou novamente usar.

 

Parece ser uma necessidade
O corpo pede, a ansiedade invade
É um vazio, angustia, depressão 
É um sentimento de solidão.

 

Quando dela quero fugir
É algo desesperador sentir
Que fica a me consumir.
Irrito-me, irrequieto, desesperado fico 
Meu corpo soa frio, 
Dores por toda sua extensão 
Tirando-me a razão.
Então, me vejo com ela na mão.  

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 09/09/2007
Reeditado em 09/09/2007
Código do texto: T645443