Retorno
Eu fui, levada por distrações
nunca quis ir tão longe,
mas passei por milhões,
de pensamentos, afrontes,
turbilhões.
Menti, disse que não ia voltar,
de onde parti,
não esperava retornar.
Meu lugar é aqui,
a quem quis enganar?
Aqui é onde mais há palavras
soltas no silêncio,
páginas brancas são escassas,
preenchidas, cobrem o imenso.
Busco refúgio, resposta
parti de dentro para fora,
saí, e deixei fechada a porta.
Entraram pela fresta, e não foram embora.
Ficaram guardadas, à espera,
de serem de novo úteis,
uma espera na janela,
observando ideias fúteis.
Mentiras repetidamente contadas
para mim, por mim, mais que pelos demais
mais de uma vez aceitadas,
mais do que pensei ser capaz.
Retorno,
junto as pontas soltas,
começo de novo?
ou a tentativa ainda é pouca?