Quem de fato sou?

Se nem eu mesmo sei quem de fato sou,

Se nem eu mesmo sei quem de fato fui,

Como posso eu esperar que alguém venha gostar de mim?

Se nem eu conheço a mim mesmo,

Como posso eu esperar acerca de indagações não precedidas

Se nem eu mesmo sei quem de fato sou,

Se vivo num universo de metamorfoses e estou sempre em constantes mutações.

Se hoje sou poeta,

Amanha já não sei mais quem sou,

Se hoje sou o ódio, personificado de amor,

Ou talvez seja eu, um alguém qualquer à procura de rimas em que tragam

emoções,

Ou talvez seja eu, um nada,

À procura de felicidade.

Talvez seja eu um Lobato,

Ou até mesmo um Camões,

Um Sócrates amante da sabedoria,

Pressionado por razões

E às vezes acho que sou Euclides,

Vivendo entre Sertões.

Sou Lispector,

Sou a hora da estrela, Sou Amado, sou bandeira,

sou Machado de Assis,

e assim me considero,

Sou Hesíodo, sou Homero,

Sou A República platonizada

Sou coralina, Sou As cocadas, Sou de um tudo, um ser banal:

Sou as ovelhas do curral,

A Josefa batalhadora,

Sou a Maria artesã de vassoura,

O José do campo lenhador.

Sou a Tristeza, Sou a Alegria,

Sou o Efêmero, o Corriqueiro.

Sou o povo Brasileiro,

Sou de tudo o que quiser,

Sou d’Aquele que tudo criou.

Sou servo, Sou Rei,

E em tudo, Sou Sócrates,

E só sei que nada sei.

davi escritor
Enviado por davi escritor em 12/09/2018
Código do texto: T6446620
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