MARÉS REVOLTAS
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Não digas nada! Nem mesmo a verdade.
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender
(Fernando Pessoa)
MARÉS REVOLTAS
E...
Entre a terra e o céu,
entre o salto e a queda,
entre o subir e descer,
entre o sol e a chuva,
entre a inspiração e a expiração
entre o bem e o mal,
entre a alegria e a tristeza,
entre a comédia e a tragédia,
entre o acordar e o adormecer...
Entre a segurança e a insegurança,
entre a coragem e o medo,
entre caminhos e descaminhos,
entre encontros e desencontros,
entre a euforia do voo e o desalento da queda,
entre um sorriso e uma lágrima,
entre a noite e o dia,
entre a prosa e a poesia...
...Haverá sempre um mar aberto
Onde a vida acontece.
E... Se o vento aponta eu vou!
Não será dentro do fechado convés
que o coração atravessa
que perderei a melhor das vistas:
são as marés revoltas
que dão beleza aos oceanos!
Que importa a rota?
Ao atravessar mares tempestuosos,
jamais duvidei do meu barco.
Voarei e cantarei enquanto resistirem
as já cansadas asas.
E nesse jardim de imensidade
quero apenas ser gota suspensa
no azul do céu...
...Entre a euforia do voo e o desalento da queda,
entre um sorriso e uma lágrima,
entre a noite e o dia,
entre a prosa e a poesia...
Ana Flor do Lácio