Perdoe-me
memórias do passado
sacudiram-me a mente inquietas lembranças nessa manhã,
e ainda assim, assustado,
segui com a rotina, a vida e o café
a luz matinal é comprida e implacável
por frestas e janelas
invade a casa o corpo e a alma
por horas
olhares e lágrimas
refletidos em xícaras, espelhos
e relógio
eu não sei discernir o que me acontece
é como remorsos do que não ocorreu
carregando o peso de uma vida inteira de culpas injustificáveis...
eu realmente não sei descrever o que sinto
sendo assim então peço que me perdoe
quando eu submergir em sombras
e não fizer mais sentido algum
perdoe-me
quando eu já lhe for causa perdida
mesmo que pareça imperdoável
perdoe-me
o pavor e a dor da vida
nos faz agir como feraz
insensíveis, embriagados de vinho, perdidos.
por favor acredite nada lhe fiz por mal
fiz por medo
veja é um novo ano é uma outra estação e tudo são flores
e estou sozinho outra vez
mas, não me dê atenção
talvez eu esteje louco
perdoe-me
talvez eu esteje tonto.