Sem perguntas

A boca cala todos os verbos, silencia, não fia

Não tece a linha, corta a fita que não prendia

E as perguntas tantas, tontas, sempre santas

Com respostas a mente esvazia, e vira poesia

Cem perguntas de fáceis falas, voam tão bem

E o bem caiu na sala, no colo ao meia dia, sem

Um abraço, sem um rastro na poeira do móvel

Imóvel ser gasta sola do sapato sem automóvel

Vai e vem, vai embora as palavras, vem a poesia

Correndo solta, página que recomporia, aquarela

Pintando com tantas cores mais um cinzento dia

São as flores no jardim, e passarinhos nas janelas.