VÉUS DA VIDA
Juliana Valis




Os véus da vida caem, sem medida, pelo sóbrio vento,

E meu sentimento simples, sem qualquer temor,

Desfalece, assim, na síncope de um verso lento,

Suplicando ao tempo o mais disperso amor... 




Os céus dos sonhos suplantam minha dor, sem calma,

E meu suor se perde em devaneios tantos

Que nem sei em quantos mares essa minha alma

Encontrará seus lares entre risos, prantos...



Se teu olhar se perde em cada foz da vida,

A voz do tempo ecoará em tua alma, assim,

Perguntando ao mundo se haverá saída

Em cada essência humana, do começo ao fim...




Pois somos muito além de qualquer vã matéria,

No amanhã que espera a tempestade em luz,

Vislumbrar sentido é uma tarefa séria

Ou, simplesmente intrépida, no que a vida induz ?



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