Vida de Fadiga

Vida, vida...

Que fadiga

Que dá esta vida insana

Um dizendo que odeia

Outro a dizer que ama

Um a reclamar do trabalho

Alegando ser muito chato

Enquanto outro implora

Sem ter comida no prato

Estranha,

Estranha vida...

Onde tudo se revela

Um feliz sobrevivente

Da chacina na favela.

Um traficante de entorpecente

Querendo acabar com ela.

Louca!

Louca vida...

Que de louca não tem nada

Teatro de um mundo inteiro

Atores embriagados

Pessoas desordenadas

Matando-se sem sentido

Choram e se desgastam

A Deus fazem pedidos

De uma vida de bonança

Lembrança de um mundo perdido.

Reclamam até do cheiro

Do ar que em vão respiram

Guardam e querem riquezas

Desejam o que nunca viram.

- Mas como pode desta vida

Louca, estranha e de fadiga -

Alguém levar consigo o pão

Que um outro homem mendiga

Mas a quem revelar minha prece?

Será que grito, ou falo baixo?

Pois sou o mais louco e estranho

E nesta vida de fadiga

- onde será que me encaixo?-

Moisés Lopes
Enviado por Moisés Lopes em 23/08/2018
Código do texto: T6427447
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