Vida de Fadiga
Vida, vida...
Que fadiga
Que dá esta vida insana
Um dizendo que odeia
Outro a dizer que ama
Um a reclamar do trabalho
Alegando ser muito chato
Enquanto outro implora
Sem ter comida no prato
Estranha,
Estranha vida...
Onde tudo se revela
Um feliz sobrevivente
Da chacina na favela.
Um traficante de entorpecente
Querendo acabar com ela.
Louca!
Louca vida...
Que de louca não tem nada
Teatro de um mundo inteiro
Atores embriagados
Pessoas desordenadas
Matando-se sem sentido
Choram e se desgastam
A Deus fazem pedidos
De uma vida de bonança
Lembrança de um mundo perdido.
Reclamam até do cheiro
Do ar que em vão respiram
Guardam e querem riquezas
Desejam o que nunca viram.
- Mas como pode desta vida
Louca, estranha e de fadiga -
Alguém levar consigo o pão
Que um outro homem mendiga
Mas a quem revelar minha prece?
Será que grito, ou falo baixo?
Pois sou o mais louco e estranho
E nesta vida de fadiga
- onde será que me encaixo?-