E o olhar de poeta

Pra não chorar tristezas, poetou alegrias

E derramou poemas em plena luz do dia

Sem enrubescer a face, expôs, compôs

E limitou-se saborear carne, feijão e arroz

Era hora do almoço, inspiração com fome

É problema, vai querendo desenhar nome

Pinta o sete na quarta, e na tela em branco

Aos trancos desenhando, o coração franco

É fraco, quase para, pulsa a divagar na hora

Em que circula tempo rindo de tudo e agora

As mãos fazem poesia, no silêncio do olhar

Não procura; pelo sol não quer mais chorar.