Passos esquecidos
Esperei, como espera a flor pela primavera,
O mais belo conto de fadas e suas quimeras;
O sorriso depois do aguar da mais triste dor,
Como espera o coração pelo seu único amor.
Feito papel e pena caindo leve cheia de graça,
Borrando traços, pontos, espaços de saudade;
Da falta que faz um verso, e que por pirraça...
Poeta recolhe, esconde, se distrai pela cidade.
Entre faróis, prédios iluminados, ruas repletas...
De gente, de mariposas, de cachorros perdidos;
E passos que não retornam pra casa, esquecidos,
Retraem as asas, e olham o tempo, pelas frestas.