"Não há amor que mais facilmente perdoe, e mais benignamente interprete e dissimule defeitos, que o amor de pai." Padre António Vieira
Amor de pai
Peço perdão, meu pai, mesmo tardio,
por cada um abraço que não dei,
pois que meu ego age como um rei
que prescinde da água no estio.
Peço perdão por não ter dado um pio,
invés de implorar por teu abraço,
pois que meu ego é frio como o aço
que corta o cheio dentro do vazio.
Peço perdão, meu pai, por ser teu filho
e não luzir em mim o mesmo brilho
com que iluminaste o meu caminho.
Peço perdão, enfim, por ser poeta
e ainda assim não ter a rima certa
pra expressar, por ti, o meu carinho.
Amor de pai
Peço perdão, meu pai, mesmo tardio,
por cada um abraço que não dei,
pois que meu ego age como um rei
que prescinde da água no estio.
Peço perdão por não ter dado um pio,
invés de implorar por teu abraço,
pois que meu ego é frio como o aço
que corta o cheio dentro do vazio.
Peço perdão, meu pai, por ser teu filho
e não luzir em mim o mesmo brilho
com que iluminaste o meu caminho.
Peço perdão, enfim, por ser poeta
e ainda assim não ter a rima certa
pra expressar, por ti, o meu carinho.