Concreto
Concreto
Regina Romeiro
Segredos não existem o que existe e insiste é
Esse degredo, esse arremedo de privacidade
Disfarçado em individualidade
Esteira repassada transpassada após o basculante
Vagarosamente ter abandonado
A sobra o nojo ao arrepio no frio do desagasalhado
Segredo é estar ilhado
O mar é calmo e o barco está amarrado
Bandeira arriada
Os restos são modestas particularidades
Aterro que nivela como segredo
O esquecido e inútil
O que não conta , não o que não se conta
Secreto é esse excesso em ser discreto
Nada a dizer por não saber do prazer e tampouco do doer
Enterro dos ossos, da carne e na cova feita, ilha
Sangue estancado, sentir paralisado desenhando círculos
Definhando
Na betoneira vibra estrondosamente o barulho da mistura de cimento e pedra.
Concreto
É essa mistura de traços
Desconexa. Receita solitária.