NATAL DO VIZINHO
Abre coração,
Estenda a tua mão,
Pr'aquele teu vizinho,
Que chega de mansinho,
Toda manhã.
Dizendo que a vida não tá boa,
Que viver já é atoa,
Neste chão.
Que a trama desta gente corriqueira,
Vem virando brincadeira de São João.
Vivendo com a algibeira arregaçada,
Só pensando na parada desta nação.
Que come a esperança da pobreza,
De ganhar a sobremesa e algum tostão...
Então chega o natal, como tal alegre e cheio de enganos.
Oração em prol do nascimento de cristo,
Não tendo a preocupação com os animais assados sobre a mesa.
Pensando tão somente no estomago latente.
Afastando totalmente o dogma da coerência,
Com maionese, farofas e com as crianças paciência.
Chega então a figura bizarra do papai noel,
Com olhares ao léu segurando a indumentária que cai.
Distribui os presentes ávidos de outrora.
Todos satisfeitos, vangloriando de seus feitos.
Com direitos a pensar no próximo evento.
E o personagem central onde fica?
Aquele que veio ao mundo e morreu por todos nós pecadores,
Não teve a honra nem o presente espiritual,
Que todos têm a obrigação de devolver um dia.
Pois o gozo continua e a mesa sempre farta,
Pense e reflita sobre o que Deus colocou ao nosso dispor...
Amém...