DeVaNeIoS
Desde que vi o sol abrir seus olhos,
Desde sempre, porém só por um instante.
Penetrando sob um imenso céu
Azul e brilhante,
Comparei-o com os olhos
De uma poetiza amarga
Que não são vazios
Porém insaciáveis e sem fim.
Comparei-o também
Com os de uma criança
Que devaneia
Sem impor limites a sua imaginação.
Que vai voando
Em órbita com a vida
E sem rumo.
Só traz consigo
Uma única vontade,
Que é a de sentir na pele
De verdade,
A doce ofuscancia
Da luz da vida.
Percebi-me em alguns instantes,
Procurando em olhos ofuscantes
Um brilho que jamais encontrei.
Mas sei que em algum lugar,
De joelhos posso jurar,
Esse brilho encontrarei.
E a doce poetiza amarga,
Dividirá sua carga
E junto aos olhos ofuscantes
Na pele irá sentir
O que de verdade é a luz da vida.
E a doce poetiza sofrida
Saberá viver sua vida
Pois aprendeu quando criança,
Que sempre é possível voar
E sempre de pés no chão.