No fundo do poço
Queria uma poesia delicada, alada
Em sua leveza
Queria o céu
No entanto a manhã foi pesada
Os olhos se abriram com esforço por tantas informações
Razões que sempre tem os porquês
Nem precisa ir ao fundo do poço
O moço, a moça, o idoso o amorfo faltando a transparência
Não há como ir ao fundo do poço
O fundo é mergulho e há tantas pedras no meio do caminho
Há obstáculos
Pedra por pedra, barro por barro , sujeira por sujeira a ser removida
E a vida ia
Sem volta
Há o cada dia sem olhar para trás
Mas usar o passado e passar a limpo o hoje é fundamental
É no fundo do poço que há o cristal
A poesia é pesada, mas também avaliada
Ela mexe e remexe como onda forte ou enxurrada
É poesia que lava a alma e faz leve o momento
Sem lamento
Há asas, firmamento do instante.
No fundo do poço
Regina Romeiro
27/06/2018
Regina Romeiro
27/06/2018