CACHOEIRA DE CONSELHOS OU DÚVIDAS ?
Juliana Valis




Não exija tudo de quem não teve nada,

Não misture o verso com a insipidez do mundo,

Veja o sol disperso nesse amor que brada,

E faça do universo um sonho, assim, fecundo...




Não exija risos de uma aurora triste,

Mas permita, agora, que o amor supere

A dor que, no âmago de um ser, existe

No alvorecer que o próprio sentimento espere...





Ah, cachoeira de dúvidas sempre tão humanas,

Naufragando em chamas de todo coração,

Leve o desalento, em dimensões tão planas,

Vislumbre o cerne do que os sonhos são !




E, talvez inerme, brade nossa essência,

Na epiderme da emoção que vem, sem calma,

Transbordando luz em toda a consciência

Que nos permita amar na propulsão da alma ! 


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