Âncora

Barco ancorado,

velho marujo,

pesca à margem da vida

que não vê passar.

Tantos portos deixados

para trás,

amores de tanto faz...

Vive de memórias guardadas num

barrio de cachaça e solidão.

A brisa, o cheiro do mar,

precisa para respirar.

Velho sem coragem

para voltar a navegar.

Qual o caminho sem volta

se não sabe para onde voltar?

Terra firme nem com a morte.

Levado a de ser, se tiver sorte,

carcaça sem alma, pelo mar.

Michele Valverde
Enviado por Michele Valverde em 25/06/2018
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