Âncora
Barco ancorado,
velho marujo,
pesca à margem da vida
que não vê passar.
Tantos portos deixados
para trás,
amores de tanto faz...
Vive de memórias guardadas num
barrio de cachaça e solidão.
A brisa, o cheiro do mar,
precisa para respirar.
Velho sem coragem
para voltar a navegar.
Qual o caminho sem volta
se não sabe para onde voltar?
Terra firme nem com a morte.
Levado a de ser, se tiver sorte,
carcaça sem alma, pelo mar.