Cosmos
Havia algum sentimento pairando sobre o mundo à frente, alguma porção de silêncio entre almas unidas, separadas por terras distantes. Naquele momento eu sabia: tudo seria sobre amar, tudo seria sobre sentir... Tudo seria sobre te ver ir, tudo seria sobre dor.
Meu coração reconhecia a textura do espírito, sabia profundamente sobre o elevar, a transcendência do corpo. Eu poderia compor as mais belas sinfonias etéreas, como sóis ebúrneos, sedimentados na eternidade, imensos como uma gota de oceano, absurdos como mundos inteiros, plenos como universos em rudimentar caminhada.
Apenas existia o nada, enquanto eu já o via, sem som, sem sopro, sem medo, sem mágoa, sem morte.
Em mim e de mim: tudo. E bastava!
Mas meu coração te enxergou: sorriso, dança, pele, afago, abraço... Vida! Em você, nada, mas em nós, tudo!
Foi suficiente para emergir de minhas entranhas o cosmo em efervescência, a materialização, criação, paixão.