Reconhecendo olhares...
*
Eu sou a ponte
que une as margens de um rio.
Sou o esforço
da lembrança do que se foi,
dos mortos vivos
enterrados dentro de mim.
Reconheço no espelho
todos os traços esquecidos
e que me foram transportados.
Reconheço gestos,
olhares e sorrisos,
todos guardados e
esquecidos dentro de mim.
Eu sou a ponte de um passado
que anuncia que há vivos
dentro de mim.
E me mostra que toda a coisa
existida não se despoja da
sua essência.